Quando eu tinha sete anos, não sabia andar de bicicleta, então óbvio, que ninguém na escola iria querer ser meu amigo ou amiga.
Aos 16 eu me apaixonei pela menina mais linda da escola. Acontece que quando fui dizer isso a ela, fiz xixi nas calças de tanto nervoso. Ela riu de mim e espalhou para escola inteira. E depois de uma semana, ela ficou com o meu “melhor” amigo. Na festa que ela deu em sua casa, que a propósito não me convidou.
Sempre tive vontade de sumir, a cada acontecimento que considerava minhas tragédias pessoais. O tamanho do mar era o tamanho da pressão que meu pai colocava em mim, pra que eu escolhesse logo uma profissão, ele era advogado e eu mal sabia viver direito. De um jeito que, tudo da certo para todo mundo, sabe? Menos pra mim.
Por tantas coisas eu quis sumir, por tantas coisas achei que ja poderia ver o fim. Mas de que fim eu tinha tanto medo? Eu joguei inúmeras vezes, algumas pedras no lago, as ondas sumiam do meu olhar, mas não deixavam de existir. Nossa vida é um oceano com fortes ondas. Hoje aos 34 posso dizer que na vida, a bicicleta não tem rodinhas, e que sempre irá existir aquela pessoa “incrível” que vai em algum momento nos desapontar. Que viver além de respirar, é escolher o tempo todo. Você acorda escolhendo, desde pão a bolachas e qual eu deveria comer? Que ser pressionado tem la seu lado positivo, eu estimulo aquilo que não posso esquecer de usar, o cérebro. E quanto as decepções, se elas não existissem, talvez, eu nem estaria falando tudo isso. Porque uma vida perfeita, não pode ter nada interessante ou engraçado, como, por exemplo fazer xixi na frente da pessoa que você está completamente apaixonado.